O prefeito de Contagem, Alex de Freitas recebeu, na terça-feira (23), no gabinete da Prefeitura de Contagem, a visita de garotas que são atendidas pelo “Projeto Resgate”, que dispõe de maneira gratuita a adolescentes carentes toda a estrutura da tão sonhada festa de debutante. Para além desse momento especial, o programa, que dura seis meses, visa à recuperação da cidadania de meninas na faixa etária de 15 a 16 anos em situação de vulnerabilidade social.
Por meio de parcerias, os idealizadores fornecem para o evento desde o vestido até a maquiagem para as participantes. Entusiasta da ação social, o prefeito Alex relembrou ter colocado à disposição dos responsáveis o apoio institucional da prefeitura e o seu empenho pessoal para auxiliar na realização do projeto, que foi reativado em 2017 e está no seu terceiro ano. O prefeito afirmou que irá participar da festa marcada para o dia 4 de outubro deste ano. O local é guardado em segredo e será uma das surpresas reservadas para as meninas.
“É uma sensação renovada de alegria. O Projeto Resgate é uma atividade que está no meu coração”, resumiu Alex, que foi sabatinado pelas adolescentes curiosas em relação a assuntos do âmbito da administração de uma das maiores cidade do Estado de Minas Gerais. Após responder todos os questionamentos feitos pelas adolescentes, Alex avaliou o trabalho realizado com as garotas como sendo de extrema relevância social.
“É um projeto que combina uma ação que é muito tocante. Primeiro, dá condição para essas meninas de realizar o sonho da maior parte delas de participar de uma festa, de uma valsa de 15 anos com a família, com os amigos. Mas, mais do que isso, é uma aula de cidadania, de um reencontro com a cidadania numa idade importante para que elas compreendam que mesmo a gente sendo de uma classe menos favorecida, a gente tem direitos e precisa ter acesso a eles. Para isso, a gente precisa descobrir quais são”, disse Alex.
Para a idealizadora do projeto, Sara Ani Pereira, a Prefeitura de Contagem e o prefeito são parceiros fundamentais para o sucesso da ação social. “Desde sempre, quando eu o convidei lá atrás, ele achou maravilhoso. Ele amou a ideia, eu sei que ele é um parceiro pessoal do projeto, independentemente dele ser prefeito. O homem Alex de Freitas foi convidado ano passado. E eu não vi o prefeito, eu vi o homem. Eu vi a primeira-dama Luciana emocionada, chorou muito. Eu vi os dois como seres humanos”, relembrou.
Mudança de vida
Pamela Aline dos Santos de Souza, 15 anos, moradora do bairro Confisco e uma das garotas atendidas pelo projeto, afirmou que ele “está mudando” a sua vida. “Eu era muito nervosa e nem ajudava a minha mãe em casa. Mas o projeto está mudando meu comportamento em casa e ainda vai realizar meu sonho de ter a festa. Era uma coisa que eu queria muito”, disse.
Sara Evelyn de Paula, 15 anos, que vive com a família no bairro Industrial, tem opinião parecida sobre a experiência que vem vivenciando. “O projeto transformou a minha vida. eu era muito rebelde, eu não respeitava os meus pais. Não arrumava meu quarto, era muito dona do meu nariz. Agora, eu amo meu pai, minha mãe, converso com eles, não brigo mais com eles. Meu quarto é organizado. O que mais amo no projeto são as palestras que eles dão”, salientou.
As adolescentes inscritas no “Projeto Resgate’ têm palestras ao longo de seis meses sobre assuntos análogos à idade e aos desafios que cercam o cotidiano delas nas comunidades onde vivem. O desfecho das aulas é a festa de debutantes. Conforme Sara Ani, profissionais voluntários de áreas distintas, como psicólogos, psiquiatras e médicos ministram ensinamentos a elas, por exemplo, sobre o efeito nocivo das drogas, da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez na adolescência, conflitos familiares. Também recebem noções de comportamento em entrevistas de emprego.
As aulas são dadas aos sábados, das 10h às 13h30, em um local cedido pela Prefeitura de Contagem, localizado no bairro Eldorado. “O objetivo não é a festa em si, mas o resgate de vidas”, resumiu a idealizadora, que afirmou receber meninas com histórico de abuso sexual e moral e abandono ou conflito familiar. A divulgação das vagas é feita boca a boca e por indicações. Segundo ela, participantes do projeto nos anos anteriores já conseguiram mudar a própria realidade.
